Afinal, porque 14 de abril comemoramos o dia do Tannat? Vamos aprender!? Confere na sequência a dica prepararada por João Alfredo Mulattieri Barão.
Afinal, porque 14 de abril comemoramos o dia do Tannat?
Foi neste o dia que faleceu um personagem importante da história do Tannat, o senhor Pascoal Areag, que nasceu na França em 1819, divisa com a Espanha e foi para o Uruguai levando a casta Tannat. O mesmo fez várias experiências com diversas variedades de Tannat e em 1970 iniciou seu cultivo.
Origem:
A variedade Tannat é originária do Sudoeste da França e Noroeste da Espanha, nesta região passa a cordilheira dos Pireneus, as montanhas formam uma fronteira natural entre França e Espanha. A região de Madiran, no sudoeste da França podemos dizer que é o berço do Tannat, datado de 1780 como primeiro registro desta fruta vinífera maravilhosa. A etimologia do nome vem da cor da uva que no dialeto da região de Madiran significa tostada ou bronzeada.
Na atualidade conseguimos expressar que a terra do Tannat é o Uruguai, pertencendo de corpo e alma, podemos dizer que o Tannat uruguaio tem sangue charrua como dizia meu saudoso avô Omar Mulattieri.
Características do Tannat:
Variedade com taninos bem pronunciados e bastante estrutura, os aromas são de frutas negras, quanto a acidez, presente porém equlibrada. Toda essa estrutura permite uma boa integração do vinho com a madeira, tendo muitos exemplares um bom tempo de envelhecimento.
Atualmente:
Hoje a região berço do Tannat no Uruguai é Canelones, bem pertinho de Montevidéu, a capital do Uruguai. Foi nesta região com argila calcária que o Tannat se desenvolveu e muitas vinícolas se estabeleceram por ali. Na verdade na terra natal do Tannat, em Madiram, na França, os solos são os de argila. Neste tipo de solo a uva desenvolve-se com potência e estrutura originando líquidos rústicos. Podemos assim dizer que o Tannat de Canelones seria o Clássico.
Já na região de Pan de Açúcar, quase chegando no Famoso balneário de Punta del Este em Maldonado, temos outro tipo de solo com uma matriz mais granítica, por isso que existe um investimento nos últimos anos das vinícolas mais expressivas na Região de Maldonado. São taninos mais fluidos com fruta mais fresca, a casta tem a produzir rótulos mais macios e redondos.
Hoje existe uma preocupação mundial em valorizar a fruta em primeiro lugar, então diante do exposto podemos assim dizer que o Tannat está evoluindo e não está tão rústico como um tempo atrás, anteriormente eram diluídos. Antes a madeira era a estrela principal deixando a fruta em um papel secundário, porém foi modificando com o passar do tempo, dando o verdadeiro valor a fruta. Os vinhos uruguaios de Tannat têm uma acidez natural e um equilíbrio entre os taninos e madeira, tendo este equilíbrio como conceito.
Dicas:
Vou recomendar dois vinhos um da minha terra natal Rivera e Outro de Canelos e Pan de Açúcar. Um dos meus prediletos é o Tannat Montevideo, da vinícola Bouza - Uma combinação extraordinária entre Tempranillo, Merlot e Tannat, um vinho com uma boa acidez, macio taninos equilibrados, talvez com a macies do Merlot ressalta em boca com um final magnífico. Já o Tannat Clássico indico o Batovi, do Cerro do Chapéu – Rivera, no visual um rubi, no olfativo frutas negras maduras, gustativos notas adocicadas de ameixa negra, com a potência do Tannat, um bom equilíbrio dos taninos, sendo intenso seco e boa acidez. Recomendo um bom tempo de areação pelo tempo de barrica, chega mudar completamente o Vinho.
Texto redigido e elaborado por João Alfredo Mulattieri Barão.
Outro ícone Uruguaio da uva Tannat.
AMAT - Um ícone de uma das mais tradicionais vinícolas Uruguaias.
História:
A marca Amat é um tributo a Francisco Carrau Amat (1790-1860), que foi um pioneiro nas plantações de tintos varietais em Vilasar de Mar, Catalunha, Espanha.
Região:
Las Violetas, Canelones, Uruguay
Composição Varietal:
100% Tannat
Vinificação:
Desengace e moagem dos cachos previamente selecionados e colhidos manualmente. Fermentação alcoólica durante 12 dias a 22-25ºC em cubas de inox. No final, ocorreu a fermentação malolática espontânea em barricas de carvalho, 50% americano e 50% francês. Embalado com o mínimo de manipulação, é envelhecido em garrafa durante um ano nas nossas caves.
NOTAS DE CATA:
Vinho tinto envelhecido. Cor vermelho cereja intenso. Aromas de framboesa, ameixa passas e cassis, combinados com carvalho sútil, conferem-lhe sabores complexos e notas de chocolate, baunilha e pimenta preta. Apresenta uma estrutura firme, com uma acidez ainda viva que outorga elegância e comprimento ao paladar. Taninos maduros e doces com final seco, que se desenvolverão bem com o tempo, conseguindo assim um estilo mais aveludado. Ideal para acompanhar carnes vermelhas assadas, charcutaria e queijos fortes. Este vinho pode ser guardado em garrafa por mais de 10 anos. Servir a 18ºC.
Curiosidade sobre o Amat!
O vinho ícone da vinícola é lançado somente nas melhores safras. Se em determinada safra o vinho não chegar a qualidade desejada, devido às condições climáticas do ano, ele não é lançado, isso demonstra o zelo pela qualidade desse ícone da uva Tannat. Desde seu lançamento em 1998 foram lançadas ao todo 16 safras. Amat destaca-se também por ser o único vinho uruguaio relacionado no livro "1001 Vinhos Para Beber Antes de Morrer," De Neil Beckett, que reúne 1001 relatos sobre rótulos notáveis produzidos em todas as regiões do mundo.
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